Cá estou, sábado a noite, a escrever. Uma frase que uma pessoa falou esta semana (não estava nem ao menos se dirigindo a mim) me chamou a atenção: "Tenho uma idéia!". Como é incomparável a sensação de se ter uma idéia. Naquele breve momento em que a idéia surge em nosso pensamento, enquanto a lógica da idéia está se construindo em uma fração de segundos, enquanto ainda não sabemos ao certo se a idéia será maravilhosa, inigualável, ou apenas mais uma idéia que será descartada como a maioria das idéias. É neste momento que se sente algo que vem da barriga, que consegue superar a velocidade da sinapse dos nossos neurônios, uma espécie de ansiedade misturada com tesão. Afinal, é uma idéia que está se construindo. É como se um mundo fosse construído em um piscar de olhos, mas ninguém pode compartilhar deste sentimento com a pessoa que a tem. É um privilégio dos criativos, talvez.
É interessante pensar que algumas das melhores idéias do mundo possam ter sido reprimidas por pessoas invejosas ou por terem surgido na cabeça de tímidos, com medo de causar má impressão, ou por simples impulso do idealizador. Não consigo conviver com a idéia de crer que alguém que teve a idéia de misturar um queijo com goiabada da vida parou e disse para si mesmo: 'Que ridículo!' e descartou-a em um poço de recordações esquecidas, onde ninguém nunca poderia entrar. Por isso escrevo.
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